sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Voltanto no tempo (Setembro 2010)

Uma pausa no meu trabalho.Hoje eu me dou folga.
Adoro recuperar lembranças nos meus cadernos antigos.
Voltei no tempo com minhas primeiras baianas; foram tantas que dançaram ao som do berimbau nos meus papéis, que perdi a conta de quantas já se foram longe para de mim nas mãos de amigos, familiares, clientes...
Estou animada para que estas figuras simpáticas saiam das gavetas e olhem para meus novos estudos.
Hoje vão ser chamadas de “minhas gordinhas”, minhas “fofuchas”.
As grávidas tambem fazem parte de uma nova série que vão desfilar por aí; afinal há tantos anos que elas me acompanham, é hora de elas proliferarem.

Baianas (Kennedy)
 Minhas primeiras baianas em 1972, saíram do papel para as tapeçarias.

Naquela época, quem fazia sucesso na Bahia era o Kennedy que deixou um belo legado para o Brasil. Descobri o blog de Thais Losso que prestou uma linda homenagem aos trabalhos dele.

Em 1973, cheguei a receber um seu telefonema, achando  bonitas as formas finas atribuídas às minhas baianas: “elas têm movimento, continue assim.” Eu era jovem e essas poucas palavras me incentivaram a ir em frente.

Nos anos 70 a tapeçaria era a grande moda. Elas decoravam embaixadas, bancos, restaurantes, residências particulares, restaurantes, grandes espaços... Quem também revolucionou e especialmente redemensionou esta linguagem, foram Norbeto Nicola e Jacques Douchez, que acabei encontrando numa expo no México nos anos 70. O abstrato, na trama e nos fios caídos por si só, revolucionava esta arte.

Contratavam-se equipes de bordadeiras. Pontos novos surgiam entre eles o famoso “ponto brasileiro” da Madeleine Colaço, nascida em Tanger, outra grande dama da tapeçaria.

Bons tempos, onde havia galerias de arte em cada quadra dos “jardins” em São Paulo!

Acervo esboço particular do Sr. Bozzano, presidente do Banco Bozzano (1972)
e Tapeçaria Nicole K. do Restaurant La Casserole, Largo do Arouche

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